O pedido de licença médica de Ricardo Teixeira da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), protocolado na quinta-feira (8), não é inédito. No ano 2000, o afastamento a pedido do próprio presidente da entidade baixou a poeira durante a CPI que investigou supostas irregularidades na relação entre a CBF e sua fornecedora de material esportivo, a Nike, no início dos anos 2000. Curiosamente, a comissão parlamentar era presidida pelo então deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB–SP), hoje ministro do Esporte. Depois do esvaziamento da investigação, Teixeira reassumiu o cargo, e as denúncias foram esquecidas com o pentacampeonato mundial em 2002.
Nesta sexta-feira (9), depois de novo pedido de licença médica, a situação parece estar mais complicada para Teixeira, e um novo retorno triunfal é visto como praticamente impossível. Parte da imprensa esportiva, que por anos evitou questionar as ações de Teixeira, rebelou-se após o dirigente dizer que “caga um montão” para os veículos de comunicação. Além disso, o antigo parceiro do então todo-poderoso da CBF, o presidente da FIFA, Joseph Blatter, não fala mais com o cartola brasileiro. Assim como Dilma Rousseff, que, ao contrário de seu antecessor, Lula, não tem lá grandes apreços pelo dirigente.
Sem apoio político, e com a Seleção Brasileira caindo pelas tabelas, o pedido de licença médica parece ser o mesmo movimento de 2000, e com a mesma peça, mas, desta vez, a jogada é outra. Uma provável perda do título da Copa do Mundo em pleno território brasileiro seria o fim de qualquer proteção que Teixeira poderia ter, principalmente em relação as denúncias das quais ainda é alvo. Uma saída estratégica do centro das atenções antes da iminente tragédia seria, portanto, uma boa opção para o cartola.
(Jornal do Brasil)
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