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O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, reconheceu nesta quinta-feira (22) que alguns projetos para a Copa do Mundo de 2014 podem sofrer atrasos, mas disse que eles não deverão comprometer a realização do Mundial no Brasil.
Aldo disse que os trabalhos nos estádios estão dentro do cronograma e não demonstrou preocupação com as obras de infraestrutura, como mobilidade urbana e hotelaria, alvo frequente de reclamações da Fifa.
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"Nós também temos nossos problemas civilizatórios, e um deles é o atraso. A gente atrasa até para sair de casa... Isso é uma coisa da nossa cultura, mas tudo funciona. Até reunião ministerial também atrasa no Brasil", disse Aldo em entrevista ao programa "Bom Dia Ministro".
"Nós entregaremos as obras essenciais, as obras dos estádios, as de mobilidade urbana e um ou outro atraso não vai comprometer a Copa", afirmou.
"Se dissermos que não vamos ter problema nenhum, nós estaremos faltando com a verdade. Um pequeno problema ou outro teremos", disse.
Diante do atraso em diversos projetos para a realização do torneio no país, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, afirmou que o país precisava de um "chute no traseiro" para levar adiante as obras e fazer o Mundial acontecer.
A declaração gerou forte reação do Brasil, que anunciou veto à intermediação do dirigente nas relações entre o país e a entidade.
Fifa e Valcke pediram desculpas ao Brasil e o presidente da entidade, Joseph Blatter, reuniu-se na semana passada com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, para tentar aparar as arestas.
Perguntado se mantinha seu veto a Valcke, Aldo respondeu: "Sabe que eu não tenho pensado nesse assunto".
O atrito gerou o cancelamento de visita que Valcke faria ao Brasil para inspecionar obras da Copa. Ainda não foi divulgada uma nova data para a viagem, e nem se Valcke estaria entre os integrantes da comitiva da Fifa.
LEI DA COPA
Com o apoio da maioria dos partidos da base aliada ao governo, a votação da Lei Geral da Copa foi adiada novamente nesta quarta-feira. O adiamento significa uma derrota política para o governo, que queria votar o projeto ainda nesta semana. Um dos principais fatores para o adiamento é a posição da bancada ruralista, que exige a votação do Código Florestal antes da Lei Geral da Copa.
Durante a votação pela retirada de pauta do projeto da Copa, apenas o PT, PSB, PP, PC do B e PSOL se manifestaram a favor do governo, pela votação ainda nesta quarta. Até o PMDB, principal aliado do Planalto, preferiu obstruir a votação.
Prevendo que sairia derrotado, o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), por fim também liberou a base para votar como quisesse.
O deputado Henrique Eduardo Alves (RN), líder peemedebista, explicou que sua posição foi para ajudar o governo, pois viu que se o texto fosse a voto ontem poderia ser derrotado."Meu receio era perder. Estou inseguro com relação a votação, queremos ganhar tempo para chegar a um acordo com relação ao Código Florestal", disse.
A derrota do governo acontece em meio à crise na base aliada. Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff trocou seus líderes no Congresso. Esse foi o primeiro teste do novo líder da Câmara, Arlindo Chinaglia.
O recado ao governo já havia sido emitido mais cedo, durante votação de projeto sobre demarcação de terras indígenas na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Também impondo a sua força, a bancada ruralista aprovou a proposta contra vontade do governo.
No plenário, os ruralistas se uniram à bancada evangélica, que é contra a venda de bebidas alcoólicas nos estádios, para derrotar o governo.
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