Cogerh confirma problemas no açude Retiro
A Prefeitura afirma que a situação é ainda mais grave do que a descrita pelo órgão estadual. A população teme que, com o acúmulo de água da chuva, o açude possa chegar a romperEDIMAR SOARES
Além de forte erosão, concentração de mato também preocupa
A Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) identificou problemas estruturais no açude Retiro, na localidade de mesmo nome, distante cerca de 40 quilômetros de Morada Nova, na Região do Vale do Jaguaribe. A preocupação dos moradores com a estrutura do açude foi mostrada na edição do O POVO do último dia 22.
O órgão estadual comprovou erosão no sangradouro e na base da barragem principal, problemas que têm gerado receio de possível rompimento do açude. Segundo o relatório da Cogerh, as “anomalias observadas” não são consideradas de perigo iminente, “porém, devem ser corrigidas a curto prazo”.
Outro problema identificado é a concentração de mato na parede da barragem, o que facilitou a proliferação de animais roedores.
O secretário de Agricultura e Recursos Hídricos de Morada Nova, Edmundo Araújo, argumenta que a situação é mais preocupante do que o relatório da Cogerh descreve. “O laudo não denota a gravidade do que pode ocorrer. Eles (técnicos) não falam com consistência que a situação é emergencial”, argumenta.
Araújo diz estar preocupado com o acúmulo de água no período de chuva. “O açude pode chegar a romper. Entre 3 e 4 mil famílias podem ficar debaixo d’água. Pode acontecer uma catástrofe”, avalia o secretário. Segundo ele, a Prefeitura de Morada Nova está elaborando laudo que deve ser entregue nesta semana à Cogerh, à Secretaria do Desenvolvimento Agrário e ao Departamento Nacional de Obras contras as Secas (Dnocs), que construiu o açude em 1935, em parceria com os proprietários.
A Cogerh projeta custo mínimo de R$ 672,4 mil para recuperar o açude. O secretário Edmundo Araújo diz que a Prefeitura não tem dinheiro para bancar as obras.
Utilidade públicaApesar de ter sido parceiro na construção, o Dnocs diz não ter responsabilidade na manutenção do local. “Esses açudes são de um antigo programa de cooperação do Dnocs encerrado há 50 anos. Quando eram feitos, eram entregues aos proprietários”, detalha André Mavignier, chefe de monitoramento de reservatórios do órgão.
Utilidade públicaApesar de ter sido parceiro na construção, o Dnocs diz não ter responsabilidade na manutenção do local. “Esses açudes são de um antigo programa de cooperação do Dnocs encerrado há 50 anos. Quando eram feitos, eram entregues aos proprietários”, detalha André Mavignier, chefe de monitoramento de reservatórios do órgão.
Segundo ele, caso seja demonstrada a utilidade pública do açude, o Dnocs pode ser acionado para viabilizar recursos junto ao Governo Federal para a recuperação do reservatório.
O POVO tentou contato com a assessoria de imprensa da Cogerh na tarde de sexta-feira para comentar a avaliação do secretário de Agricultura de Morada Nova, mas até o fechamento da página não houve retorno.
O POVO tentou contato com a assessoria de imprensa da Cogerh na tarde de sexta-feira para comentar a avaliação do secretário de Agricultura de Morada Nova, mas até o fechamento da página não houve retorno.
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