- FolhapressCoronel Erir Costa Filho (em primeiro plano) foi exonerado após quase dois anos ocupando o cargo de comandante-geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro. A Secretaria de Segurança do Rio ainda não definiu um substituto
O coronel da Polícia Militar Erir Costa Filho foi exonerado do cargo de comandante-geral da corporação após reunião com o secretário de Estado de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, nesta segunda-feira (5).
"Mudanças fazem parte do processo de gestão e devem ser vistas com naturalidade", disse Beltrame, em nota. "Quero ressaltar o trabalho e a integridade do comandante Costa Filho, além de seu amor à corporação que comandou", completou.
Beltrame não aprovou a anistia concedida por Costa Filho a 450 policiais que haviam sido punidos administrativamente. A decisão, tomada na última quinta-feira (1º), perdoa irregularidades administrativas de menor potencial e permite que os policiais voltem ao trabalho de rua e não tenham dificuldades em receber promoções.
A reunião na sede da Seseg (Secretaria do Estado da Segurança Pública), no centro do Rio, durou cerca de duas horas e meia. Nem Beltrame nem Costa Filho falaram com a imprensa ao fim do encontro. A cúpula da segurança pública fluminense ainda não definiu o nome do oficial que assumirá o comando da corporação.
No último domingo (4), Beltrame afirmou que foi pego de surpresa com a decisão do coronel. O secretário disse que esperava uma explicação da PM e que seria necessário esclarecer para a população o que significa "delito administrativo de menor potencial".
"Da maneira como foi colocado, da maneira como foi apresentado, eu não gostei. Acho que precisamos explicar melhor, sobretudo para a sociedade, pois a secretaria e a polícia precisam entender o que significam essas ações administrativas. Eu aguardo explicações efetivas do que significa isso", afirmou o secretário durante visita ao Complexo da Mangueirinha, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Beltrame estuda revogar decreto
ENTENDA O CASO
Amarildo, morador da Rocinha, desapareceu no dia 14 de julho após ser abordado por policiais da UPP local. Na versão da família, o pedreiro foi levado pelos PMs da porta de casa e, depois, os policiais disseram que ele foi liberado porque tinha sido confundido com alguém. Amarildo tinha acabado de chegar de uma pescaria
Ainda no domingo, Beltrame afirmou ainda que analisaria a medida do comandante antes de decidir sobre uma possível revogação do decreto. Com a anistia, os policiais detidos nos quartéis poderão voltar ao trabalho regular nas ruas. A PM não informou quando a medida passaria a valer.
No boletim interno da corporação, o ex-comandante da PM elogiou "o alto grau de profissionalismo" dos policiais "nas manifestações populares pacíficas e nos protestos ilegítimos e violentos", e também durante os grandes eventos realizados recentemente no Rio (a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude).
Em nota, a PM informou que "a dispensa do cumprimento da prisão (...) se refere ao fato de a Polícia Militar ter cumprido escalas de serviço mais extenuantes nos últimos dois meses" e que os episódios "mais graves" de faltas administrativas continuam "sob Conselho de Disciplina". "A medida se refere a casos de menor potencial ofensivo", concluiu a corporação. (Com Band e Estadão Conteúdo)
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