quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

6/02/2012 - 07h30

Presidentes de federações brigam para ver quem assumirá a CBF

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BERNARDO ITRI
EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC
MARTÍN FERNANDEZ
NELSON BARROS NETO
DE SÃO PAULO
Tida como iminente para os dirigentes das federações estaduais de futebol, a queda de Ricardo Teixeira originou uma briga regionalista pelo comando da CBF.
E presidentes de federações já chegaram até a articular uma união para definir como será a sucessão na CBF.
A cartolagem paulista espera que, se a saída de Teixeira se confirmar, seja cumprido à risca o estatuto da entidade, e o vice-presidente mais idoso assuma o cargo.
No caso, José Maria Marin, ex-governador paulista, seria o sucessor de Ricardo Teixeira. Marin entrou na CBF por indicação de Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol.
Greg Salibian - 3.set.11/Folhapress
José Maria Marin, mais velho vice-presidente da CBF, no aniversário de Paulo Maluf em 2011
José Maria Marin, mais velho vice-presidente da CBF, no aniversário de Paulo Maluf em 2011
Ao assumir o comando da CBF, Marin, segundo previsões de cartolas paulistas, daria a Del Nero a secretaria-geral da entidade --cargo que, até o fim de janeiro, era do tio de Teixeira. Andres Sanchez, o diretor de seleções, completaria o plantel paulista.
Em conversas informais com aliados, Marin garantiu que Andres permanecerá na confederação. O cartola corintiano prefere se esquivar.
"A princípio, se acontecer [a saída de Teixeira], tem que seguir o estatuto ou a assembleia geral, que reúne as 27 federações. Não trabalho com a hipótese de ser presidente da CBF", afirma Andres.
Enquanto ocorre a movimentação paulista, federações de outros Estados se articulam para tentar promover uma nova eleição na CBF.
"[A queda de Ricardo Teixeira] tem 99,9% de chances de ocorrer amanhã [hoje].Só que acontece o seguinte: nós prorrogamos o mandato para o Ricardo Teixeira. Então, espero que se faça justiça e se convoque novas eleições. A própria opinião pública vai falar", diz Francisco Novelletto, presidente da Federação Gaúcha de Futebol.
Novelletto se refere à manobra no estatuto da CBF para que Teixeira continuasse no poder até a Copa-2014. Seu mandato, que terminaria no final deste ano, foi prolongado para até 2015.
Segundo o cartola gaúcho, a FPF é a única entidade filiada à CBF que está sabendo do que acontece em torno da possível queda de Teixeira. "Isso criou um mal-estar. Ela está com tudo na mão. Por que esse privilégio?", argumenta Novelletto.
Anteontem, cartolas do Rio, do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais e da Bahia conversaram para discutir uma alternativa ao assunto. Não querem aceitar a tomada de poder dos cartolas paulistas.
"O grupo tem de oito a dez federações. Não estamos preocupados com cargos. Só estamos inseguros de como vão ser os rumos da confederação", diz o presidente da federação baiana, Ednaldo Rodrigues. O dirigente declara não aceitar uma decisão "goela abaixo" de Teixeira.

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