sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Suspeitos de receber propina, dois assessores de Guido Mantega deixam os cargos

Em função de suspeitas de que receberam propina, dois assessores do ministro da Fazenda, Guido Mantega, deixaram seus cargos na Esplanada nesta sexta-feira (29).
Marcelo Fiche, chefe de gabinete do ministro, e Humberto Alencar, chefe da assessoria técnica e administrativa são acusados de terem recebido pelo menos R$ 60 mil de uma empresa que mantém contrato de R$ 4,75 milhões com o órgão. Ambos, que estão em férias desde que as denúncias vieram à tona, negam as acusações.
A Polícia Federal abriu inquérito na quinta-feira (28) para apurar o suposto pagamento de propina.
Sebastião Moreira - 26.ago.13/Efe
Dois assessores do ministro da Fazenda, Guido Mantega (acima), deixam os cargos após suspeita de recebimento de propina
Dois assessores do ministro da Fazenda, Guido Mantega (acima), deixam os cargos após suspeita de recebimento de propina
O Ministério da Fazenda anunciou que a polícia apuraria o caso no dia 14 de novembro. O inquérito foi instaurado na Superintendência da PF no Distrito Federal. A Folha apurou que a polícia pretende concluir a investigação até janeiro, para evitar que as investigações sofram, ainda que de forma indireta, interferência do processo eleitoral.
A acusação de que os dois servidores receberam propina é atribuída pela revista "Época" a Anne Paiva, 26. Ela é ex-secretária da empresa Partnersnet Comunicação Empresarial que, em dezembro passado, firmou contrato para prestar serviços de assessoria de comunicação ao gabinete de Mantega.
A empresa nega que tenha mandado entregar dinheiro aos funcionários. Alega que a prova apresentada é forjada e que é vítima de um esquema que visa atingir Mantega, um mais importantes ministros da equipe de Dilma Rousseff.
Folha não localizou a ex-secretária que declarou à revista ter ido pessoalmente ao Ministério da Fazenda entregar dinheiro aos servidores.
Além de ter pedido ao Ministério da Justiça que apurasse o caso, a Fazenda anunciou uma investigação interna para averiguar as denúncias. A Controladoria-Geral da União indicou um integrante para participar dessa sindicância e também abriu um procedimento para monitorar a investigação interna da pasta.
Leia a nota em que Marcelo Fiche comunica sua saída:
Diante das notícias veiculadas hoje por alguns veículos de imprensa, informo que pedi ao ministro Guido Mantega para, ao final das minhas férias, não retornar à chefia de gabinete. Dessa forma, contribuo para que as investigações ora em curso sejam feitas com toda tranquilidade e com a maior celeridade possível para que a verdade seja restaurada e as mentiras que foram publicadas sobre a minha pessoa sejam rapidamente derrubadas.
Tenho sido atacado injustamente, inclusive com ilações mentirosas sobre a minha vida privada na imprensa. Não sei a que interesses servem tais ataques, mas posso dizer com toda tranquilidade que fizemos um processo licitatório para contratação de empresa de assessoria de imprensa do Ministério com todo zelo e respeito pela coisa pública e que, por ter sido pela modalidade pregão eletrônico (menor preço) em vez de técnica e preço, gerou uma grande economia aos cofres públicos.
Informo também que, a pedido dele mesmo, e com o mesmo objetivo, o chefe da assessoria técnica, Humberto Alencar, também não retornará a sua função ao final de suas férias.

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