O senador Aécio Neves (PSDB-MG), provável candidato à Presidência em 2014, disse neste sábado (23) que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deve explicar sua participação no encaminhamento da denúncia contra tucanos no caso Siemens.
O Ministério da Justiça apresentou uma nova versão sobre a origem da denúncia do ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer, que acusa autoridades e ex-autoridades do governo de São Paulo de receber propinas.
Líder do PSDB na Câmara quer explicações de Cardozo sobre entrega de denúncia à PF
Principal secretário de Alckmin recebeu propina, acusa delator
Ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer fez doações a secretário de Alckmin
Principal secretário de Alckmin recebeu propina, acusa delator
Ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer fez doações a secretário de Alckmin
Segundo a nova versão, o documento foi entregue ao gabinete do ministro por Simão Pedro, deputado licenciado do PT e secretário de Serviços da Prefeitura de São Paulo.
"O ministro precisa esclarecer de forma clara qual foi sua participação nesse processo. Isso é extremamente grave. Estamos assistindo no Brasil o uso de instituições do Estado para fins políticos", disse Aécio, ao chegar ao Congresso do PPS do Rio.
O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), irá solicitar uma audiência pública para que Cardozo, explique o envio de denúncias contra tucanos à Polícia Federal. Sampaio pretende requerer a presença de Cardozo em audiência na Comissão de Fiscalização e Controle.
A nova versão visa preservar o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), segundo a Folha apurou. O órgão responsável pela defesa da concorrência, que investiga o cartel no mercado de trens denunciado pela Siemens, é acusado por tucanos de agir de acordo com interesses políticos do PT.
Se o documento com acusações aos tucanos tivesse partido do Cade, as desconfianças só cresceriam. Empresas acusadas de cartel pela Siemens poderiam acusar o órgão de operar para o PT e tentar anular o acordo que a multinacional alemã assinou.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Apesar da nova versão, Aécio também dirigiu críticas ao presidente do Cade, Vinicius Carvalho, por não ter divulgado em seu currículo ter sido chefe de gabinete de Simão Pedro. "É inadmissível a omissão do presidente do Cade, seja na sabatina no Senado, em relação ao período que trabalhou com uma aliança do PT, e dos encontros que ele omitiu".
Aécio defendeu a apuração do caso. Mas fez questão de lembrar que o ex-diretor da Siemens negou ser o autor das denúncias contra tucanos. "O pseudodenunciante diz hoje nos jornais que não é bem assim. Quaisquer denúncias devem ser apuradas com rigor. Mas não pode haver precipitações, pré-julgamentos e uso de estruturas do Estado para um projeto político", disse o senador.
MENSALÃO
O tucano voltou a defender as prisões dos condenados pelo julgamento do mensalão. E criticou a afirmação de petistas que se consideram "presos políticos". "É quase um acinte dar conotação política a essas prisões. Foi um julgamento feito por ministros, em sua maioria, indicados pelo PT. Não comemoro, penso no sofrimento de suas famílias", disse.
Ele defendeu ainda o julgamento do mensalão tucano no STF (Supremo Tribunal Federal). Mas apresentou argumento semelhante ao dos petistas sobre o caso do governo Lula. "Tem que haver o julgamento. Até porque nele vamos ver que as coisas são muito diferentes. Quem cometeu ilícito deve ser responsabilizado. Mas vamos ver que se tratou de financiamento de campanha eleitoral. E mensalão é um equívoco, porque pressupõe pagamento mensal a parlamentares para apoiarem o governo", disse Aécio. Do site UOL.
Nenhum comentário:
Postar um comentário