A Defesa Civil de Santa Maria (RS) confirmou na tarde deste domingo que 233 pessoas morreram e 106 continuam internadas após o incêndio na boate Kiss, durante a madrugada. A lista com o nome das vítimas deverá ser divulgada em instantes.
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Segundo o órgão, 92 frequentadores da casa noturna estão internados em hospitais de Santa Maria, enquanto outros 14 foram transferidos para a capital Porto Alegre. Não há informações de internados em outras cidades ou feridos que receberam alta.
As autoridades informaram que entre mortos estão 120 homens e 113 mulheres. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que já foram identificadas 115 vítimas da tragédia.
A boate, que era uma das principais casas noturnas da cidade e famosa por receber estudantes universitários, estava com o alvará de funcionamento e o plano de prevenção contra incêndio vencido desde agosto. O local tinha capacidade para 2.000 pessoas.
Este é o segundo maior incêndio do Brasil. A maior tragédia brasileira foi registrada em 1961, quando 503 pessoas morreram em um incêndio no Grande Circo Americano, em Niterói, no Estado do Rio de Janeiro.
Incêndio em casa noturna no RS
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menos 231 mortos e 117 hospitalizados na madrugada deste domingo na
boate Kiss
A delegada Luiza Sousa, responsável pelas primeiras investigações, disse à Folha que, segundo porteiros, Mauro Hoffman e Elisandro Spohr, donos da boate, deixaram os prédios onde vivem pela manhã. Até o início da tarde, não havia mandado de prisão contra eles.
A presidente Dilma Rousseff, que estava participando da cúpula dos países da América Latina com a União Europeia em Santiago, no Chile, cancelou sua agenda no país e retornou ao Brasil para visitar as vítimas em Santa Maria.
Ela foi acompanhada de ministros do governo, do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e do prefeito de Santa Maria, César Schimer. A cidade decretou luto de 30 dias e o Estado, de sete dias.
VÍTIMAS
Segundo o Comandante do Batalhão de Operações Especiais, Major Cleberson Bastianello, 90% das vítimas morreram intoxicadas pela fumaça. Segundo ele, muitos conseguiram sair da boate, mas algumas pessoas ficaram presas.
Os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal (Farrezão), porque o IML (Instituto Médico Legal) não tem capacidade para abrigá-los. Na porta do Centro Desportivo Municipal já consta uma lista dos desaparecidos. Os familiares entrarão de forma ordenada para realizar o reconhecimento.
Os feridos foram levados aos hospitais Universitário, da Guarnição de Santa Maria, de Caridade, da Casa de Saúde, do São Francisco e UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) na própria região. O Corpo de Bombeiros pede que os parentes das vítimas busquem informações diretamente nos hospitais.
Equipes de saúde da cidade estão no Centro Desportivo Municipal (Farrezão) ajudando a realizar a primeira identificação das vítimas. Segundo Bastianello, a identificação final será feita por um parente da família.
INCÊNDIO
Editoria de Arte/Folhapress |
A auxiliar de escritório, Michele Pereira, 34, que estava em frente ao palco no momento em que começou o incêndio, confirma que um dos integrantes da banda acendeu um sinalizador no palco.
"A banda que estava no palco começou a usar sinalizadores e, de repente, pararam o show e apontaram [o sinalizador] para cima. Aí o teto começou a pegar fogo, estava bem fraquinho, mas em questão de segundos começou a se alastrar", disse Pereira.
No local, havia apenas uma saída de emergência. Os bombeiros tiveram que abrir um buraco na parede da boate para facilitar o acesso e a retirada das pessoas do local.
O fogo foi controlado por volta das 5h30, mas por volta das 7h os bombeiros ainda permaneciam no local fazendo o trabalho de rescaldo. O prédio ficou destruído e corre risco de desabar, de acordo com os bombeiros.
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