Após ameaçar desistir, o ex-presidente do PT José Genoino decidiu votar na manhã deste domingo (7) entre 9h30 e 10h, segundo mesários de sua seção eleitoral.
No início da manhã, Genoino comparou a imprensa brasileira à ditadura militar (1964-85) em seu colégio eleitoral e desistiu de votar.
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"Vocês são urubus e torturadores da alma humana. Vocês fazem igual aos torturadores da ditadura. Só que agora não tem pau de arara, tem uma caneta", afirmou Genoino por volta das 8h15 deste domingo.
A comparação feita pelo também ex-deputado federal (por cinco mandatos, sendo o último entre 2006 e 2010) foi repetida mais de dez vezes, a cada pergunta feita pela reportagem da Folha.
Ele alternava entre repetir a frase e silenciar.
Eleições em São Paulo
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O ex-presidente do PT José Genoino, um dos réus do mensalão, ao chegar para votar na Universidade São Judas, no Butantã
"Dá pra respeitar o direito dele de votar? Ele não é mais um homem público", disse Rioco Kayano, mulher do petista.
A Polícia Militar de São Paulo e os seguranças da Universidade São Judas no bairro do Butantã (zona oeste de São Paulo), onde ele votaria, tentaram impedir que a reportagem da Folha falasse com Genoino, um dos réus no julgamento do mensalão.
Por conta da presença de jornalistas, ele desistiu de votar por enquanto. Apenas sua mulher votou.
Durante o período em que esteve dentro do colégio eleitoral, eleitores perguntaram para ele "cadê a ficha limpa?"
Genoino é acusado pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa (compra de apoio político para a base de sustentação do governo lula [2003-2010]).
Questionado se tinha medo de ser preso após o julgamento do mensalão, ele não respondeu. Quando foi perguntado sobre outros assuntos, como o motivo que o fez desistir da votação, ele permaneceu calado.
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa (relator do caso), afirmou que Genoino era "um dos braços executores mais diretos" do então ministro José Dirceu (Casa Civil). Os ministros Luiz Fux e Rosa Weber acompanharam voto do relator. Já o revisor do processo, Ricardo Lewandowski, votou pela absolvição do petista.
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