Pena maior
31/08/2012 - 06h00
Pena de João Paulo Cunha deve ser maior
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DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, encerrou a primeira parte do julgamento do mensalão determinando nova condenação ao deputado João Paulo Cunha (PT-SP), o que aumenta as chances de ele ter de cumprir parte da pena em regime fechado.
Britto proferiu o sexto voto por condenar o petista por lavagem de dinheiro e se juntou aos colegas em relação aos crimes de corrupção passiva e peculato, que se configuraram pelo desvio de recursos da Câmara dos Deputados para alimentar o esquema do mensalão.
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Sua pena deverá ficar acima de oito anos e começaria a ser cumprida na prisão, em regime inicialmente fechado.
O julgamento encerrou seu primeiro mês com 17 sessões realizadas. Apesar das primeiras condenações, não se sabe quando o STF finalizará a análise sobre o caso, revelado pela Folha em 2005.
Cunha já informou ao PT a decisão de retirar sua candidatura à Prefeitura de Osasco. O vice de sua chapa, Jorge Lapas, assumirá o posto.
À tarde, Lapas se dizia ansioso pelo desfecho sobre a permanência do deputado. "Estamos esperando que ele anuncie sua decisão", afirmou o presidente do PT de Osasco, João Gois.
O líder do governo na Câmara de Vereadores, Valmir Prascidelli, será o novo vice. Os nomes foram discutidos com o prefeito de Osasco, Emídio de Souza.
'SEM DÚVIDAS'
Antes do início da nova etapa do julgamento, sobre os réus do Banco Rural, o presidente do Supremo fez um rápido voto, condenando também o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, Marcos Valério e sócios.
"[O processo] não deixa dúvidas de que as posições funcionais de João Paulo Cunha e Henrique Pizzolato foram decisivamente utilizadas para beneficiar as empresas de Marcos Valério."
Ao fim de seu voto, Ayres Brito proclamou parcialmente os primeiros resultados do julgamento, declarando culpados os reús João Paulo Cunha, Henrique Pizzolato, Marcos Valério, Ramon Hollerback e Cristiano Paz.
Isso ocorreu mesmo faltando o voto da ministra Rosa Weber em relação aos casos de lavagem de dinheiro. Quando votou, ela preferiu deixar essa parte para analisar mais adiante.
A ausência do voto de Weber, contudo, não altera o resultado. No caso de João Paulo Cunha, o placar está em 6 a 4 por sua condenação em relação à lavagem.
O tamanho das penas só será definido ao fim do julgamento no STF.
(FELIPE SELIGMAN, FLÁVIO FERREIRA, MÁRCIO FALCÃO, NÁDIA GUERLENDA, RUBENS VALENTE, CATIA SEABRA E DANIEL RONCAGLIA)
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