segunda-feira, 11 de junho de 2012

1/06/2012 - 18h51

Procurador-geral recebe provas contra governador do DF

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LÚCIO VAZ
BRENO COSTA
DE BRASÍLIA
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, recebeu os documentos com as provas obtidas na Operação Panacéia, da Polícia Civil de Minas, relacionadas com o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).
A operação apurou indícios de envolvimento de assessores de Agnelo com um grupo farmacêutico acusado de fraudes, formação de cartel e sonegação fiscal.
Agnelo era diretor da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na época. O empresário Renato Alves da Silva, sócio da Hipolabor, tentou agilizar processos de interesse da empresa junto ao diretor-admunto de Agnelo na Anvisa, Rafael de Aguiar Barbosa, hoje secretário de Saúde do govenro do petista.
Escutas telefônicas feitas pela polícia mostram que Silva pediu a interferência do lobista Francisco Borges, ex-assessor de Agnelo na Câmara dos Deputados, para pressionar Barbosa. O deputado federal Fábio Ramalho (PV-MG) também foi acionado pelo grupo para marcar audiências na Anvisa.
Gurgel já está analisando os documentos e poderá pedir abertura de inquérito ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) se avaliar que as provas são contundentes.
O procurador solicitou em 24 de abril o compartilhamento das provas obtidas pela Polícia Civil, o Minitério Público e a Receita Estadual de Minas. Isso porque o governador tem foto privilegiado e não poderia ser investigado em Minas.
Em nota divulgado hoje à tarde, Barbosa afirmou que não autorizou ninguém a usar o seu nome em conversas de qualquer natureza. "Respondo por tudo o que faço e por tudo o que falo. Mas não tenho controle nem responsabilidade pelo que terceiros falam ao telefone", disse.
O deputado Ramalho confirmou que agendou audiências para a Hipolabor e mais "duas ou três" empresas mineiras na Anvisa. "[A Hipolar] É uma empresa mineira e emprega muitos mineiros. Como representante de Minas, tenho que encaminhar esses pedidos. Faço tudo dentro da lei."
Questionado sobre o pedido que fez à Anvisa, afirmou: "Pedi para tratarem o processo com mais brevidade, para não atrasar a industrialização dos medicamentos. Marquei audiências e estive em algumas delas".
O deputado disse que nunca esteve com Agnelo na Anvisa e acrescentou que já era amigo de Silva antes de ser deputado.

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