Além do Senado, a Câmara mantém cinco funcionários contratados para facilitar as viagens dos deputados, com salários líquidos que variam de R$ 8,7 mil a R$ 11,9 mil mensais.
Renan sinaliza que manterá serviços de auxiliar de check-in no Senado
Os servidores atuam no aeroporto de Brasília, onde a Câmara também mantém uma sala vip, na área de embarque, para abrigar os deputados que esperam seus voos. Isso permite que esperem o embarque separadamente dos demais passageiros.
A Folha mostrou na terça-feira que o Senado mantém serviço semelhante, com nove funcionários contratados para fazer check-in e despachar malas dos senadores --com remunerações líquidas entre R$ 14 mil e R$ 20 mil.
Editoria de Arte/Folhapress |
O Supremo Tribunal Federal, o Itamaraty e o Superior Tribunal de Justiça também alugam salas no aeroporto com as mesmas funções.
A Câmara afirma que o serviço tem o objetivo de dar "suporte e recepção de parlamentares, autoridades e convidados que participam de eventos na instituição", como audiências públicas e sessões solenes.
Segundo a assessoria de imprensa da Casa, os servidores são comissionados e trabalham vinculados à diretoria-geral em sistema de escala ao longo da semana, inclusive nos fins de semana.
Segundo relatos de deputados que frequentam a sala, o espaço tem computadores e local para reuniões reservadas. Além dos congressistas, convidados da instituição têm acesso ao local e às facilidades de check-in.
O deputado Renato Andrade (PP-MG), que utilizava a sala, defendeu o serviço ao afirmar que os congressistas têm uma agenda apertada, o que os impede, em diversas ocasiões, de seguir os trâmites normais de embarque.
"É uma facilidade para a gente, mas sabemos que isso custa muito para o país. Os salários estão fora da realidade", admitiu.
Andrade disse que essa foi a terceira vez que recorreu aos auxiliares de check-in porque estava atrasado para pegar o voo --depois de participar da posse do novo ministro Guilherme Afif Domingos (Secretaria da Micro e Pequena Empresa). "Sem eles, eu teria perdido o voo. Cheguei em cima da hora."
O serviço funciona da seguinte forma: o gabinete do deputado entra em contato com os funcionários, por telefone ou e-mail, solicitando o check-in. Após o pedido, os servidores confirmam o embarque nos balcões das companhias aéreas ou nos caixas espalhados pelo aeroporto. A única preocupação para o deputado é embarcar.
Um dos funcionários, que não quis revelar seu nome, disse que trabalha há mais de 30 anos na Câmara com essa função. O servidor afirmou que o serviço foi criado para evitar "confusões" entre os deputados que chegavam atrasados e queriam usar do cargo para furar filas.
Os servidores defendem os altos salários com o argumento de que a função envolve "muita responsabilidade", com jornadas que vão das 7h às 21 horas.
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