Cachoeira fica calado em CPI e comissão quer nova data para depoimento
PUBLICIDADE
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
RUBENS VALENTE
ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA
RUBENS VALENTE
ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA
Atualizado às 17h49.
Diante da negativa do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, de responder a perguntas de parlamentares, a CPI do Cachoeira encerrou a reunião nesta terça-feira e agora deve remarcar uma nova audiência com o personagem central do escândalo político.
Durante a sessão, o empresário deu as mesmas repostas às perguntas que lhe foram feitas e usou o direito constitucional de ficar calado. O silêncio do empresário chegou a incomodar os parlamentares com a insistência. Cachoeira foi, inclusive, ofendido por alguns, como o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que o chamou de "marginal".
A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) sugeriu que os parlamentares deixassem de fazer perguntas para não "entregar o ouro ao bandido", adiantando perguntas que podem ser respondidas por Cachoeira futuramente. A senadora ainda disse que o empresário era uma "múmia" e "chefe de quadrilha", e fazia os membros da CPI de "palhaços" ao ficar calado.
Veja imagens da audiência de Cachoeira na CPI
'Não falarei nada aqui', afirma Cachoeira em CPI
Não posso opinar na defesa, diz mulher de Cachoeira
Após flagra, Vaccarezza toma cuidado até para conversar na CPI
Audiência de Cachoeira foi um 'fiasco', diz membro de CPI
Vídeo mostra Cachoeira deixando Congresso após ficar calado na CPI
'Não falarei nada aqui', afirma Cachoeira em CPI
Não posso opinar na defesa, diz mulher de Cachoeira
Após flagra, Vaccarezza toma cuidado até para conversar na CPI
Audiência de Cachoeira foi um 'fiasco', diz membro de CPI
Vídeo mostra Cachoeira deixando Congresso após ficar calado na CPI
Evaristo Sá/France Presse | ||
Empresário Carlinhos Cachoeira em audiência na CPI que investiga suas relações com empreiteiras e políticos |
O presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), vai tentar marcar uma nova data para o depoimento, depois que Cachoeira depuser à Justiça, que deve acontecer depois do dia 1º de junho.
Ao deixar a sessão, o advogado do empresário, Marcio Thomaz Bastos, afirmou que seu cliente pode auxiliar nas investigações, mas diz ainda acreditar que a Justiça suspenda parte das provas reunidas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, que investiga a exploração de jogos ilegais.
"A intenção dele é contribuir, mas é preciso que ele contribua sem que seu direito de defesa seja ferido", disse o advogado.
Porém, o advogado ressalvou que Cachoeira pode guardar silêncio. "Ele pode não falar nunca, se quiser, é um direito que ele tem", disse.
Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça, afirmou que o depoimento poderia ocorrer depois que Cachoeira seja julgado no processo oriundo da Monte Carlo, que está na Justiça em Goiânia (GO). "Espero estudar as provas para dar a ele uma orientação segura".
AUDIÊNCIA
Logo no início da sessão da CPI, Cachoeira já avisou que ficaria calado e disse que responderia a perguntas, mas só depois de sua audiência na Justiça. "Ajudaria muito, deputado, mas somente após a minha audiência. Por enquanto ficarei calado como manda a Constituição", afirmou o empresário, logo no início do depoimento. "Tenho muito a dizer depois da minha audiência, pode me convocar".
Segundo ele, os parlamentares forçaram a audiência. "Antes de eu depor no juiz eu não posso falar, não vou falar. Depois disso, vamos ver. Foi o pedido de sempre para reavaliar nossa vinda. Quem forçou foram os senhores."
FIASCO
Para o deputado Silvio Costa, integrante da comissão, a audiência foi "um fiasco". O deputado disse a seus colegas que eles deveriam parar de fazer perguntas.
"Eu fui sempre contra convocar o Cachoeira em primeiro lugar. Eu tenho uma tese, quem detona uma CPI é o chamado baixo clero. Eu advogava que primeiro se chamasse esse povo, e o Cachoeira, depois. Agora o que pode acontecer: como o Cachoeira ficou quieto, todos os outros depoentes vão querer ficar quietos também", disse o deputado à Folha.
Diante das negativas, os parlamentares foram reduzindo as perguntas. O relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), que preparou 200, fez apenas cinco perguntas.
O depoimento de Cachoeira, inicialmente marcado para o dia 15 de maio, foi adiado após liminar concedida pelo ministro Celso de Mello na semana passada.
O argumento usado pela defesa do empresário foi de que não teve acesso aos documentos do processo a que responde e que a CPI usa para investigá-lo. Ontem, no entanto, Mello decidiu que a liminar não tinha mais validade, já que a comissão permitiu o acesso ao processo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário