Na decisão do ministro Teori Zavascki, que resultou na libertação do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, trechos da decisão do juiz federal Sérgio Moro, que determinou a prisão do ex-funcionário da estatal pelos crimes de corrupção e lavagem e dinheiro, foram explicitados, apontando obras em que houve pagamento de propina.
A partir da delação premiada de executivos da Toyo Setal, Augusto Ribeiro Mendonça Neto e Júlio Gerin de Almeida Camargo, Moro citou o pagamento de propinas nas obras das refinarias Repav (São José dos Campos - SP), Repar (Paraná), Replan (Paulínia - SP, no complexo petroquímico Comperj (Rio de Janeiro) e no gasoduto Cabiúnas (RJ).
Segundo a delação, foi negociado diretamente com Duque o pagamento R$ 50 milhões ou R$ 60 milhões em propinas, que teriam sido pagas entre 2008 a 2011.
Além disso, os executivos da Toyo também revelaram pagamentos de propina a um de seus subordinados de Duque, ex-gerente-executivo de Serviços da Petrobras Pedro Barusco.
Nos trechos destacados por Teori, constam também depoimentos que Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef deram à Justiça dizendo que o mesmo esquema criminoso que desviava de 2% a 3% dos contratos da diretoria de Abastecimento também funcionava em outras diretorias, especialmente na de Serviços, ocupada por Duque, e na Internacional, ocupada por Nestor Cerveró.
Em sua decisão, Moro ressaltou que a prisão não partiu somente das delações, uma vez que os delatores apontaram uma off shore em que recursos foram depositados na Suiça. Além disso, foram identificados depósitos de empreiteiras em contas de Yousseff.
O juiz ainda reforçou sua argumentação dizendo que Barusco fechou acordo de delação premiada e apontou a existência de cerca de US$ 100 milhões em contas no exterior.
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