“Na sala pequena, a mãe, velava o corpo do filho adolescente, assassinado a tiros na noite anterior. O restante da família havia deixado a casa por alguns instantes, deixando a mãe sozinha. De repente, um grupo de cerca de seis pessoas encapuzadas e armadas invadiu a casa, jogou gasolina no caixão e no corpo e atearam fogo. O atentado aconteceu na noite do último sábado, na comunidade conhecida como Sete Prédios, na Barra do Ceará.
A vítima do crime foi Josué de Menezes Sousa, conhecido como “Jojó”, de 17 anos. Segundo uma tia do adolescente, que não quis se identificar, o grupo chegou à residência com dois galões de combustível. “Jogaram gasolina no caixão e incendiaram. Foi muita crueldade”, diz a tia. Segundo ela, a família conseguiu apagar o fogo com água e com a ajuda de um lençol. Um primo da vítima lembrou que o corpo foi muito consumido pelas chamas. Depois do ocorrido, viaturas foram descoladas ao local. O corpo de Josué foi enterrado no cemitério do Bom Jardim, na manhã de ontem. A família não teve como providenciar outro caixão.
O crime
Josué foi morto a tiros na sexta-feira em um campo próximo de casa, enquanto assistia a uma partida de futebol. “Foram muitos tiros. Ele era conhecido aqui por todos, tratava todos bem. Mas começou a ter amizade com pessoas erradas”, contou uma moradora.
Segundo informações do Ronda do Quarteirão do bairro, o jovem teria envolvimento com tráfico e homicídios. A família, porém, não confirma a versão. De acordo com os parentes, Josué tinha deixado de estudar por causa de problemas psicológicos e havia terminado um curso em que aprendeu a fazer salgados. “Ele estava doente, tomava remédios controlados”, declara a tia do adolescente.
A família acredita que os criminosos sejam de uma comunidade conhecida como “Gueto”. “Eles foram amigos. Quer dizer amigos, não. Porque amigo não faz isso”, lamenta o primo.”
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