domingo, 30 de junho de 2013

Com show de Fred e Neymar, Brasil goleia Espanha e é campeão

Nem Iniesta, nem Xavi. Quem deu as cartas na final daCopa das Confederações foram Fred e Neymar, que comandaram o Brasil e não tomaram conhecimento da temida Espanha, no Maracanã. Num estádio eletrizado por uma eufórica torcida, a seleção de Felipão teve amplo domínio de jogo, matou os espanhóis com dois gols-relâmpago logo no início dos primeiro e segundo tempos e fez 3 a 0, com Neymar e Fred (2), para conquistar pela quarta vez a Copa das Confederações.
Depois de passar uma fase desacreditada, a seleção mostrou autoridade com uma campanha impecável na competição e derrotando com facilidade a seleção-sensação do mundo na final. O recado foi dado pela torcida das arquibancadas: "O campeão voltou!"
1 / 9
Primeiro tempo
No primeiro tempo, o Brasil entrou elétrico, não dando espaço aos espanhóis, e com menos de dois minutos de jogo Fred abriu o placar. Hulk cruzou na área, Fred e Neymar brigam pela bola com Piqué e Arbeloa. Mesmo caído, Fred conseguiu finalizar para fazer 1 a 0 para o Brasil.
Se a Espanha é consagrada pelo seu domínio de bola, nos primeiros 45 minutos da final ela parecia perdida em campo. Brasil tomou a iniciativa, teve maior posse de bola e criou as melhores jogadas.
Aos 13 minutos Paulinho quase marca um golaço após mais uma pressão da seleção no campo do adversário. A seleção recuperou a bola e Paulinho tentou de cobertura. Casillas conseguiu se recuperar a tempo. 
Aos 32, Neymar dispara no contra-ataque e acha Fred na cara do gol. O artilheiro bate rasteiro, mas Casillas defende. Nas arquibancadas lotadas, a torcida lembrava aos espanhóis: "Pentacampeão! Pentacampeão!"
A Espanha ameaçou o Brasil aos 40 minutos, quando Pedro entrou sozinho na área e tocou, tirando Julio Cesar. Mas o zagueiro David Luiz se jogou para impedir o gol em cima da linha.
Aos 44, Neymar partiu para o ataque e tabelou com Oscar, dominou dentro da área e soltou uma pancada de perna esquerda, fazendo 2 a 0 para o Brasil.
Segundo tempo
Brasil manteve o ritmo no segundo tempo, diante de uma atordoada Espanha. Como num replay do primeiro tempo, Fred marcou aos dois minutos, fazendo 3 a 0. Os gols embalaram a torcida, que gritava "Olé!" enquanto o Brasil tocava a bola, alternando com "Quer jogar, quer jogar, o Brasil vai te ensinar!"
Aos nove minutos, o lateral Marcelo se precipitou e derrubou Jesús Navas na área. Sérgio Ramos bateu pra fora, incendiando ainda mais a torcida e derrubando ainda mais o ímpeto espanhol.
O Brasil passou a jogar nos contra-ataques, fazendo a Espanha passar mais sufoco. Aos vinte minutos, Neymar partir para o gol quando foi derrubado por Piqué na entrada da área. Expulso, o espanhol saiu de campo aos gritos de "Shakira! Shakira!" da torcida. Na cobrança de falta, o mesmo Neymar cobrou com perigo, mas para fora.
A Espanha seguiu sem oferecer perigo ao Brasil, que passou a dosar o jogo, explorar os contra-ataques e aguardar o apito final para o Maracanã explodir em euforia.

Drama tropical: Buffon brilha nos pênaltis, e Itália leva o terceiro lugar

Em alguns anos, talvez, poucas pessoas se recordarão que Uruguai e Itália terminaram a Copa das Confederações de 2013 entre os quatro melhores. Seria “apenas” a disputa do terceiro lugar, mas o jogo deste domingo, na Arena Fonte Nova, em Salvador, foi digno de uma final, uma mistura de drama e crueldade com dois times esgotados fisicamente debaixo de muito sol pelo horário ingrato. Depois do empate por 2 a 2 no tempo normal e de 30 minutos sem gol na prorrogação, Buffonpegou três pênaltis e deu a vitória à Azzurra por 3 a 2.
O lendário goleiro italiano de 35 anos se redimiu depois de um torneio instável, principalmente quando falhou na derrota para o Brasil. No tempo normal, fez defesas importantes e um milagre com os pés em chute de Forlán cara a cara - embora tenha pulado atrasado no segundo gol celeste. Nas batidas, repetiu a dose e defendeu a cobrança do atacante do Inter. Em seguida, para salvar o erro de De Sciglio, pegou o de Cáceres e o de Gargano, assegurando o honroso terceiro lugar. Com isso, acabou sendo, ao lado de Cavani, eleito melhor em campo, o destaque da partida, ainda que os pênaltis tenham sido mal cobrados.
Com público pagante anunciado de 43.382, em um estádio com o gramado sofrido no final, Celeste e Azzurra mostraram desde o início os motivos por quase terem eliminado Brasil e Espanha nas semifinais. Foram gigantes, legítimos donos de seis títulos mundiais somados. Os italianos superaram qualquer escala de esforço físico e psicológico depois de enfrentarem um duelo de 120 minutos e uma decisão por pênaltis há três dias. Sem Pirlo e tantos outros, brilharam os reservas. Astori, em falha do goleiro Muslera, e Diamanti, de falta, marcaram.
buffon festa penalti italia x uruguai (Foto: Getty Images)Time italiano festeja vitória nos pênaltis, após terceira defesa de Buffon (Foto: Getty Images)
Os uruguaios não ficaram atrás no empenho para subir ao pódio. Estiveram sempre em desvantagem no placar e, como manda sua tradição, não desistiram em nenhum momento. Nem mesmo com o sol de quase 30 graus às 13h na Bahia. Fazer gols em italianos é rotina para Cavani, artilheiro do último Calcio, com 29. Fez logo dois para levar o time à prorrogação e assegurou o prêmio de melhor em campo. Só não deu nos pênaltis.
A derrota, porém, não é problema. A Celeste mostra reação para continuar lutando por uma vaga na Copa do Mundo de 2014. O time está em quinto nas eliminatórias (iria para a repescagem) e tem pela frente quatro jogos decisivos: Peru, Colômbia, Equador e Argentina. A Itália também vai buscar a classificação no segundo semestre, mas em situação mais cômoda, liderando o Grupo B, quatro pontos acima da Bulgária.
Ah, Muslera...
Não pense em uma disputa de terceiro lugar com dois times desinteressados. Uruguai e Itália mostraram na Fonte Nova que ficar fora da decisão não foi motivo para desânimo. Em um primeiro tempo equilibrado, com nove oportunidades de gol, os italianos tiveram ligeira superioridade e contaram com a ajuda do goleiro Muslera para ficar em vantagem.
O calor de quase 30 graus ferveu os 22 jogadores, principalmente a defesa da Azzurra e o ataque da Celeste, posicionados em uma faixa de campo em que o sol não teve piedade. Talvez, por isso, a Itália começou melhor, trocando passes na sombra e ignorando o desgaste pelo duro duelo contra a Espanha na última quinta.
Chellini e suarez uruguai e itália (Foto: Getty Images)Chellini e Suárez disputam a bola sob sol
castigante em Salvador (Foto: Getty Images)
O sol, porém, não pode ser o culpado pelo gol de Astori, aos 23 minutos. Muslera pode. De novo na competição. E de novo pelo alto, seu grande defeito. Assim como no lance decisivo de Paulinho contra o Brasil, a bola batida por Diamanti viajou (na sombra) e passou por cima do goleiro. Desta vez, bateu na trave, voltou no ombro dele e quicou na linha até que o zagueiro completasse.
A marcação teve a ajuda do chip na bola, novidade no torneio. O árbitro havia dado o gol para Diamanti, mas o recurso mostrou que a bola não passou a linha por completo, permitindo que Astori fosse apontado como o autor.

O Uruguai teve de se desdobrar para reagir. O empate não veio, mas o time subiu de produção quando Cavani e Suárez acordaram e se movimentaram com mais frequência. O atacante do Liverpool obrigou Buffon a fazer boa defesa, enquanto o artilheiro do Napoli marcou em impedimento bem assinalado pela arbitragem.
O cansaço bateu nos minutos finais. As equipes perderam o poder de marcação e abriram o meio de campo. A Celeste foi para o intervalo revoltada com a não marcação de um pênalti depois que a bola tocou no cotovelo de Chiellini na área. Pouco antes, El Shaarawy (sim, ele jogou) só não ampliou porque Godín salvou após a bola passar por Muslera.
Terceiro lugar? Vale muito!
A troca de lado no segundo tempo claramente favoreceu o Uruguai. Sem tanto sol na cabeça dos atacantes, o time ganhou poder para envolver a defesa rival e controlar os primeiros minutos. A pressão começou, e o empate não demorou. Aos 12, em contra-ataque, o badalado setor ofensivo finalmente funcionou. Cavani recebeu de Suárez na área e tocou certeiro, no canto esquerdo de Buffon.
A Itália foi desmoronando gradativamente. A movimentação no ataque diminuiu, e o time recuou, permitindo que o Uruguai avançasse suas peças. Só Buffon não oscila. De quebra, fez milagres. Forlán chutou forte e o goleiro rebateu. No rebote, o atacante colorado soltou nova bomba, e o capitão da Azzurra tirou de forma espetacular, com a perna esquerda.
Gigi, como é chamado pelos companheiros, talvez pudesse prever que aquela defesa seria o choque necessário para o time despertar. Seis minutos depois, os italianos aproveitaram um lance de bola parada para recuperar a vantagem. Da intermediária, Diamanti cobrou falta com perfeição por cima da barreira, no canto direito baixo. Sem chances para Muslera.
buffon caceres penalti italia x uruguai (Foto: AFP)Detalhe de Buffon na defesa do pênalti mal batido por Cáceres (Foto: AFP)
A resposta sul-americana foi tão bela e precisa quanto a batida rival. Resposta de quem está acostumado a brilhar justamente na Itália, com seus 29 pelo Napoli no último
campeonato nacional. Cavani, aos 32, chutou falta de longe. Candreva não pulou, e a bola passou exatamente por cima dele. Buffon voou, mas era tarde. Igualdade justa, e duas equipes entregues no campo, sem forças para evitar a prorrogação.
A feição dos jogadores assim que soou o apito final denunciou o esgotamento. Água na cabeça, atletas deitados no gramado, massagem nas pernas...tudo foi tentado para aliviar a dor. No reinício, o Uruguai mostrou ter mais fôlego para suportar. Suárez e Chiellini arriscaram uma arrancada de dar inveja pela esquerda. O atacante pediu pênalti, ignorado pelo árbitro, e ainda levou bronca do zagueiro, com quem havia se estranhado no primeiro tempo.
Os últimos 15 minutos de tempo extra foram ainda mais arrastados. Ninguém queria se arriscar. Não havia força. Montolivo ainda foi expulso ao fazer falta por trás em Suárez. O Uruguai teve o domínio, chegou a pressionar, mas o mesmo Suárez e Gargano perderam as últimas chances e não mexeram no marcador, que apontava para a marca da cal.
Forlán abriu a série parando nas pernas de Buffon - ele já havia desperdiçado contra o Brasil. Aquilani, Cavani, El Shaarawy e Suárez fizeram. De Sciglio errou, mas o goleiro salvou novamente nos chutes de Cáceres e Gargano. Era o dia de Gigi, o herói da Azzurra.
torcida Uruguai e Itália (Foto: Getty Images)Torcida aplaude muito os times e apoia, em sua maioria, os italianos 

Datafolha confirma: Não tem pra ninguém, Lula venceria em 2014 Ex-presidente venceria as eleições do próximo ano contra Marina, Aécio, Barbosa e Eduardo Campos

O ex-presidente Lula venceria as eleições presidenciais de 2014, no primeiro turno, com uma boa vantagem sobre todos os demais pré-candidatos que surgiram até o momento. A pesquisa foi feita pelo Datafolha e publicada hoje no jornal “Folha de São Paulo”. Na simulação com Lula sendo o candidato do PT, ele teria 46% das intenções de voto contra 37% de Marina, Aécio e Campos somados, o que levaria o ex-presidente a uma vitória já no primeiro turno.
Segundo apurou o Datafolha, Lula também venceria caso a disputa tivesse também como candidato o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. Segundo apurou o Datafolha, Lula teria 45% das intenções de voto contra 43% da soma de Marina, Joaquim Barbosa, Aécio Neves, Eduardo Campos. O Datafolha foi à ruas na quinta e sexta-feira. Entrevistou 4.717 pessoas em 196 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
A pesquisa confirma também que Dilma venceria o primeiro turno concorrendo com os demais pré-candidatos, apesar da preferência por ela ficar abaixo das intenções de voto em Lula. A presidente, segundo apurou o Datafolha, teria 30% contra 23% de Marina Silva; 17% de Aécio Neves e entre 6% e 7% de Eduardo Campos. Dilma venceria até de Joaquim Barbosa. Nessa hipótese, segundo apurou o Datafolha, a presidente teria 29%; Marina ficaria com 18%; Aécio e Joaquim com 15% cada um. Campos ficaria na lanterna com 5%.
A simulação do Datafolha, apontando Lula e Dilma vencedores das eleições, não leva em conta, no entanto, que tanto Lula quanto Joaquim Barbosa negam até o momento que serão candidatos no próximo ano. Segundo o site Brasil 247, a ministra da Casa Civil, Gleise Hoffmann, reafirmou que a candidata do PT no próximo ano será Dilma Rousseff e não Lula.
"A presidente é a nossa candidata. Todos estarão na campanha. O que nós precisamos agora é trabalhar cada vez mais. O povo trabalha, sofre no dia a dia para cumprir com compromissos. Cabe a nós honrar o cargo, seja em qualquer esfera de poder. Ficar especulando, fofocando, divulgando mágoas não serve ao país, nem é digno de quem tem responsabilidade de função pública", disse a ministra, num recado claro aos que defendem a volta de Lula.

Municípios terão perdas de até 6,5% do FPM e 15% do ICMS


Fortaleza. Até o próximo ano, cerca de 30 distritos cearenses viverão um clima de torcida e euforia. Não será apenas pela Copa do Mundo, mas pela realização de antigo sonho e bem particular: ser município. A decisão, que poderá acontecer em consulta popular, é vista por especialista como um mecanismo de desenvolvimento. Ao mesmo tempo se fala em custos para o conjunto das cidades cearenses, uma vez que haverá perdas das transferências do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do Imposto de Circulação de Mercadorias (ICMS).

A emancipação é aguardado pelo turístico Distrito de Iguape, em Aquiraz FOTO: CID BARBOSA

As perdas não serão generalizadas e terão impactos distintos. Os municípios com seus distritos emancipados, caso seja essa a vontade popular, não verão suas receitas diminuídas com relação ao FPM ou ICMS. No entanto, naqueles que não terão seus distritos desmembrados poderão receber menos do FPM, num coeficiente de 6,5%, o que atingiriam 75% das pequenas cidades e mais 15% do ICMS.

O economista José Irineu Carvalho explica que, nas regiões onde haverá emancipações, há um benefício direto. Isso acontece porque existirá ainda uma dependência das regiões desmembradas dos serviços mantidos pela antiga sede, como saúde, educação e assistência social. Ao mesmo tempo, algumas responsabilidades passam a ser das novas cidades, como construção de escolas, postos de saúde, manutenção de estradas e pagamento de pessoal.

Bolo
Já nos demais municípios, como diz Irineu, as perdas decorrem do fato de que o bolo das transferências é dividido por todas as cidades. "Eu não sou contra a emancipação, até porque sou municipalista e há um benefício direto para as regiões que serão beneficiadas", afirma o economista e que é também consultor da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece).

Num País onde há uma forte crítica pelo inchamento da máquina administrativa e, de modo geral, à política fiscal, nome dado às ações do governo destinadas a ajustar seus níveis de gastos, criação de novos municípios também significa criar mais despesas e menos investimentos. Afinal, são mais prefeitos, mais vice-prefeitos, mais câmaras de vereadores e outros gastos que vão constar em folha.

José Irineu observa haver mais custos e, ao mesmo tempo, mais desenvolvimento para a região. Daí, entender que há quase um consenso dos prefeitos para que esse pleito seja realmente concretizado, até porque, no aspecto político há mais efeitos positivos apoiando do que o contrário a considerar.

São Pedro é uma das 30 localidades cearenses que poderá se tornar município por meio de plebiscito e conta com lideranças empenhadas em cumprir as exigências da lei a fim de que se torne realidade antigo projeto local FOTO: HONÓRIO BARBOSA

Necessidades

Pensamento parecido tem o economista Carlos Eduardo Marino. Para ele, há aspectos bons e não muitos bons no processo emancipatório. Como ponto positivos, diz que os novos municípios aproximarão fisicamente o governo municipal dos beneficiários dos serviços públicos, gerando dois benefícios diretos. 

"Em primeiro lugar, é provável que o gestor tenha mais informações quanto às reais necessidades da população, podendo atender a essas demandas com maior eficiência. Além disso, a população por estar mais próxima da gestão pode exercer um controle social mais eficiente, reduzindo a corrupção e o desperdício", salienta Eduardo.

Já os aspectos negativos são com relação à criação dos novos municípios gerando despesas. "No mínimo, os custos derivados da implantação da nova administração pública, como por exemplo, aluguel de imóveis, compra de móveis, remunerações do prefeito, secretários e vereadores. Outra possibilidade é o novo município ser tão pequeno que gere deseconomias de escala. Por exemplo, postos de saúde e escolas com menor utilização e consequente custo por usuário maior", destaca.

Famosa pelas suas peixadas, Lima Campos, em Icó, tem uma infraestrutura precária, o que espera corrigir com maior autonomia política FOTO: HONÓRIO BARBOSA

Decisão

Apesar dos pontos negativos, a decisão soberana da população deve indicar o melhor caminho. O grande problema surge pelo fato da opção pela emancipação afetar negativamente os demais municípios.

Eduardo chama a atenção para o fato de que os governos municipais são extremamente dependentes de transferências da União e dos Estados. No Ceará, quase 90% das receitas dos municípios do Interior são provenientes das transferências. Dessas, uma boa parte (mais de 30%, no Interior) é proveniente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Como os recursos do FPM não aumentarão com a criação dos novos municípios, os valores destinados aos novos serão retirados dos demais. Os atuais critérios de rateio do FPM são muito criticados pelos especialistas. Para a divisão do montante considera-se um sistema de faixa de população que produz resultados, que em síntese, beneficia os municípios pequenos.

MARCUS PEIXOTO
REPÓRTER




sábado, 29 de junho de 2013

Aprovação a gestão Dilma tem maior queda e vai a 30%, aponta Datafolha

A aprovação do governo da presidente Dilma Rousseff caiu para 30%, segundo pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (29) pelo jornal "Folha de S.Paulo". O número de eleitores que consideram o governo bom ou ótimo caiu 27 pontos percentuais desde o início dos protestos no país. Há três semanas, a aprovação era de 57%. De acordo com o instituto, é a maior queda de popularidade registrada desde o início da gestão Dilma.
A pesquisa foi realizada na quinta (27) e sexta (28) com 4.717 pessoas, em 196 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. É a segunda vez desde que a presidente assumiu o cargo, em 2011, que sua avaliação cai acima da margem de erro da pesquisa. Em março, o índice de aprovação do governo atingiu 65%.

O percentual de pessoas que consideram a gestão Dilma ruim ou péssima passou de 9% para 25%, segundo a pesquisa. A nota média da presidente, numa escala de 0 a 10, caiu de 7,1 para 5,8.
Os entrevistados pelo Instituto Datafolha também avaliaram o desempenho da presidente em relação aos protestos. O levantamento apontou que, para 32%, a postura de Dilma foi ótima ou boa. Outros 38% julgaram como regular e 26% avaliaram como ruim ou péssima.
Diante das manifestações em centenas de cidades brasileiras, a presidente Dilma Rousseff fez um pronunciamento na TV no dia 21 de junho e propôs aos 27 governadores e aos 26 prefeitos de capitais convidados por ela para reunião no Palácio do Planalto, no dia 24, a adoção de cinco pactos nacionais: por responsabilidade fiscal, reforma política, saúde, transporte, e educação.
Plebiscito
A pesquisa Datafolha mostra ainda que 68% dos entrevistados apoiam a ideia de um plebiscito para consultar a população sobre questões ligadas à reforma política. Outros 19% disseram que Dilma agiu mal ao propor a ideia, e 14% não souberam responder.
O instituto diz ainda que 73% dos pesquisados são favoráveis à criação de uma constituinte para elaborar uma reforma política. Sobre esse tema, 15% mostraram-se contrários à proposta.

Economia
O Datafolha também avaliou a expectativa dos entrevistados em relação à inflação: 54% acham que o índice vá aumentar. No último levantamento, 51% afirmaram acreditar no aumento. Para 44% o desemprego vai crescer, enquanto na pesquisa anterior o índice era de 36%. Segundo o instituto, 38% acreditam que o poder de compra do salário vai cair, aumento de 11 pontos percentuais em relação ao último levantamento.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Donadon ficará em ala reservada na Papuda sob custódia de agentes da PF



 (Laycer Tomaz/Divulgação)


Após ser conduzido à Superintendência da Polícia Federal, o deputado Natan Donadon, que se apresentou ao superintendente da Polícia Federal, Marcelo Mosele, em uma parada de ônibus, na área sul da capital federal, com o advogado Nabor Bulhões, nesta sexta-feira (28/6), segue para a Vara de Execuções Penais, no Setor de Rádio e TV Sul, e de lá será conduzido para a Papuda. 

Segundo o superintendente da Polícia Federal, Marcelo Moseli, Donadon ficará em uma ala reservada na Papuda sob custódia de agentes da Polícia Federal. 

Leia mais notícias em Política

Na quinta-feira (27/6), o PMDB de Rondôniacomunicou a expulsão do deputado Natan Donadon condenado a 13 anos, quatro meses e dez dias de prisão por desvio de R$ 8,4 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia, quando era diretor financeiro da instituição. O irmão de Natan, deputado estadual Marcos Donadon, também foi expulso do partido por condenação da Justiça. 

A ministra Cármen Lúcia, relatora da ação, negou, na última quarta-feira (26/6), o embargo de declaração, considerado apenas uma medida protelatória do processo. Na sessão, os ministros do Supremo decidiram manter a condenação a uma pena de 13 anos, quatro meses e dez dias, que deve ser cumprida em regime fechado. 

Desde a época do primeiro julgamento, há três anos, o parlamentar consegue protelar a sua prisão por meio de recursos. A defesa afirmou que vai pedir que o STF faça uma revisão da prisão, uma vez que a pena foi mais elevada do que a dos demais envolvidos.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Bebeto lamenta críticas de ex-parceiro Romário à Copa


RIO - Companheiro de Ronaldo no Conselho de Administração do Comitê Organizador Local (COL) da Copa, o tetracampeão Bebeto afirmou nesta quinta-feira no Rio que fica triste com as críticas do ex-parceiro de seleção brasileira e atual deputado federal Romário (PSB-RJ). Também deputado, mas estadual (PDT), Bebeto disse que esperava todos unidos para fazer "o melhor Mundial de todos os tempos".
Bebeto é membro do COL - Fabio Motta/Estadão
Fabio Motta/Estadão
Bebeto é membro do COL
"Queríamos o Romário perto da gente, é o nome do nosso País que está em jogo", afirmou Bebeto, chamado pela Fifa para entrevista coletiva sobre o programa de voluntários. "Ofereceram [salário] para mim e para o Ronaldo, mas abrimos mão disso tudo. Abri mão porque o mais importante é o aprendizado que estou tendo. Eu não tinha noção do que era realizar uma Copa do Mundo, por isso abrimos mão do dinheiro em prol do Brasil".
"Infelizmente, Romário tem um pensamento totalmente diferente do meu", disse Bebeto, que mostrou estar afinado com o discurso da Fifa dos últimos dias, na ofensiva lançada para convencer os brasileiros de que a Copa é boa para o País: "É bom falar que a Fifa não pediu para fazer a Copa do Mundo aqui, nós é que lutamos muito. Eu fico triste (com o Romário) porque sem dúvida fizemos uma grande dupla, foi coisa de Deus, mesmo, e queríamos ele perto, mas infelizmente está aí nessa situação que todos conhecemos".
Romário criticou nos últimos dias o companheiro de Bebeto no Conselho de Administração do COL, Ronaldo. "Ele (Romário) tem um pensamento, o meu é diferente e vida que segue. Mas vai ser sempre meu amigo, respeito e tenho um carinho muito grande por ele".
Falando como deputado, Bebeto pediu transparência nos gastos públicos com a reforma do Maracanã. "Estou aqui como membro do COL e voluntário, mas vou responder a essa pergunta. Se foi gasto isso tudo (mais de R$ 1,2 bilhão), então quero transparência e tenho de cobrar do governo por que gastou isso. Acho que o governador (do Rio, Sérgio Cabral) tem de mostrar por que gastou, mas o Maracanã está maravilhoso", disse. 

segunda-feira, 24 de junho de 2013

PRESIDENTE DILMA ANUNCIA PLEBISCITO PARA REFORMA POLÍTICA

Em reunião com governadores e prefeitos das capitais do País na tarde desta segunda-feira (24), a presidente Dilma Rousseff apresentou cinco pontos que formariam um pacto para melhoras em várias áreas no Brasil.
Dilma destacou a necessidade de realizar um plebiscito para definir uma Constituinte para a realização de uma reforma política para o país. 

Com relação às reformas para a saúde, Dilma defendeu a necessidade de trazer médicos estrangeiros, por ser uma medida “emergencial e localizada” e que será tomada que “não houver disponibilidade de médicos brasileiros”. A presidente afirmou que a saúde do cidadão está acima de outros interesses.
Sobre os transportes públicos, Dilma falou sobre a criação de mais metrôs, VLTs e corredores de ônibus. Segundo ela, a redução de impostos pode permitir a redução do preço das passagens.
Sobre a educação, a presidente voltou a defender o uso de 100% dos royalties do petróleo para o setor e tornou público o pedido a aprovação do projeto.
O outro pactos foi relativo à responsabilidade fiscal no País.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Paim afirma que manifestações têm pauta e proposta

O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou, nessa quinta-feira (20), que, apesar de as manifestações que estão ocorrendo no Brasil não terem um alvo específico, elas têm pautas e propostas concretas, entre elas a exigência de investimentos em transporte, saúde e educação de qualidade e no combate à violência.
- Temos muito por fazer e por isso esse movimento é correto e é justo – disse o senador, acrecentando que o Palácio do Planalto tem que ouvir o que Ulysses Guimarães chamava de “a voz rouca das ruas”.
Paim afirmou que nem em momentos históricos como na luta contra a ditadura militar e durante o movimento Diretas Já, pelo restabelecimento das eleições diretas para a Presidência da República, houve um número tão grande de jovens protestando. Ele disse que cerca de 2 milhões de pessoas saíram as ruas nessa quinta-feira a favor de ideias e causas e cabe ao Congresso Nacional refletir sobre esse momento.
- Eu não consigo acreditar que só botar na linha de frente a reforma política consiga mexer com o povo brasileiro. Reforma política não movimenta a massa até pelo desgaste em que estão os partidos políticos – disse.
Paim disse que a população que está nas ruas quer resultados práticos. O senador defendeu avanços nas políticas para aposentados e pensionistas, o fim do voto secreto em todas as situações no Congresso e pediu a rejeição da PEC 37/2011, que retira poderes de investigação do Ministério Público.
Em aparte, os senadores Pedro Taques (PDT-MT), Cristovam Buarque (PDT-DF) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) pediram manifestações pacíficas e condenaram a violência e a depredação nas ruas. Taques criticou a baderna causada por alguns manifestantes e apontou que certos atos precisam ser punidos, entre eles, a quebra de vidros no Itamaraty.
- Quando a casa do povo, para ter um grupo pequeno de senadores reunidos aqui, porque simpatizam com a luta deles lá fora, precisa estar protegida pela polícia, algo está profundamente errado – lamentou.
(Agência Senado)

IMPRENSA INTERNACIONAL DESTACA CRESCIMENTO DE PROTESTOS NO BRASIL

Jornais e canais de televisão internacionais destacaram nesta sexta-feira o crescimento dos protestos no Brasil. O número de manifestantes e a mudança do rumo dos atos, que saíram das tarifas de transporte e passaram a outras demandas.
Com destaque na primeira página, o jornal americano "The New York Times" afirma que há semelhanças entre os protestos brasileiros e outras manifestações contra os governos e a corrupção no mundo, como o Occupy Wall Street e outros atos na Índia, em Israel e na Grécia.

Repercussão dos protestos

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Reprodução
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A rede de televisão americana CNN destacou que os protestos continuam no país, com o questionamento dos gastos para a Copa e a crítica à corrupção.
O canal também publicou em sua página uma análise do editor-executivo da "Época", Rogério Simões, dizendo que o aumento da tarifa foi o estopim para uma revolta maior contra promessas que não foram cumpridas pelo governo.
O britânico "Guardian" destacou a reunião de emergência convocada pela presidente Dilma Rousseff nesta sexta para discutir o efeito dos protestos. E também fez referências às declarações do presidente da Fifa, Joseph Blatter, em que pediu aos brasileiros que não associem os protestos ao futebol.
A vigilância das redes sociais pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) foi um dos destaques do espanhol "El País". Na reportagem, a publicação também informou sobre a preocupação do PT e do governo com a falta de controle das manifestações.
Para o argentino "La Nación", "a festa no Brasil se transformou em um pesadelo", em referência à Copa das Confederações e aos protestos. O "Clarín" e o chileno "La Tercera" destacaram os números das manifestações, de mais de um milhão de pessoas em dezenas de cidades do país.
A rede de televisão Telesur, sediada em Caracas, destacou informações de grupos políticos de esquerda que acusam agremiações de direita de quererem usar os protestos para um golpe de Estado.

Dilma Rousseff convoca reunião de emergência para esta sexta-feira

Depois de acompanhar boa parte dos protestos do dia no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff (PT) decidiu convocar uma reunião de emergência para as 9h30 desta sexta-feira com seus principais ministros para discutir os efeitos das manifestações por todo o Brasil.
Na reunião, Dilma irá avaliar relatos da extensão dos atos nas cidades brasileiras. A partir daí será decidida uma conduta de governo, como por exemplo medidas ao alcance do Ministério da Justiça ou até um pronunciamento oficial da presidente.
Até aqui, Dilma só fez uma referência pública aos protestos, na terça-feira, durante o lançamento da proposta do Código de Mineração. Nela, a presidente apoiava as manifestações de cunho pacífico.
Na hora em que Dilma deixava o Planalto, o Itamaraty era atacado pelos manifestantes. O palácio presidencial está protegido fortemente por policiais e militares.

Sétimo ato do Movimento Passe Livre em São Paulo

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Eduardo Knapp/Folhapress
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Grupo de manifestantes caminham na avenida 23 de Maio durante o ato em São Paulo
BRASÍLIA
Brasília teve o protesto mais tenso e violento de sua história, quando a manifestação que reuniu 30 mil pessoas descambou para uma batalha campal na Esplanada dos Ministérios.
Houve ameaça de invasão do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional, e depredação de órgãos como o Itamaraty e o Banco Central, além de três ministérios e a Catedral de Brasília.
A presidente Dilma Rousseff, alvo dos manifestantes pela primeira vez, não se pronunciou, assim como o governador Agnelo Queiroz (PT) -que estava em um evento na Embaixada da França.
O saldo de vítimas, até a conclusão desta edição, era de 55 feridos, nenhum com gravidade, segundo o Samu (serviço de emergências).
Houve três detidos, segundo a Polícia Militar, que calculou a multidão.
O protesto começou por volta das 16h, e havia uma combinação prévia com a polícia de que os manifestantes não iriam ultrapassar o espelho d´água do Congresso -cujo teto havia sido ocupado no protesto de segunda-feira.
PM, cavalaria e o Batalhão de Operações, com cães, armaram um forte esquema de segurança para conter os manifestantes. Eles formaram um cordão de isolamento para impedir a passagem da multidão às proximidades do Palácio do Planalto e do Congresso.
O ato começou pacífico. Um pequeno grupo chegou a ser recebido para falar com o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), mas o encontro fracassou pois não ficou claro quem eles representavam.
Isso até às 18h30, quando cerca de mil manifestantes tentaram marchar para o Palácio do Planalto, que fica atrás do Parlamento, na praça dos Três Poderes.
Policiais e militares, que já reforçavam a segurança do palácio em que Dilma trabalha, contiveram os manifestantes com sprays de pimenta, bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral.
Em seguida, outro grupo forçou a barreira no Congresso. Os manifestantes atiraram artefatos explosivos contra os PMs, que responderam com ao menos dez bombas de gás.
A partir daí, a situação saiu de controle. Um grande grupo marchou à direita, visando o Palácio do Itamaraty, que estava apenas com o contingente normal de segurança feita por fuzileiros navais.
Um dos principais monumentos de Brasília, o ministério teve várias paredes envidraçadas quebradas e um princípio de incêndio na sua entrada, controlado por PMs.
Alguns manifestantes entraram rapidamente no prédio, mas foram expulsos. Antes picharam "corrupção" numa parede interna.
"Foi um ato de vandalismo que não pode se repetir. Eu conclamaria a todos os manifestantes que observassem a calma e que respeitassem o patrimônio da nação", disse o chanceler Antonio Patriota à rádio CBN. "Fiquei muito indignado com o que ocorreu."

Protesto em Brasília

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Valter Campanato/Divulgação/Agência Brasil
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Manifestantes protestam contra os gastos públicos na Copa das Confederações, mais verbas em educação e saúde e contra a PEC 37
BANCO CENTRAL
Um grupo menor ainda caminhou em direção ao Banco Central, distante 2 km dali. Uma vidraça do prédio foi quebrada, mas a polícia conteve a tentativa de invasão.
No final da noite, o cenário na Esplanada era de destruição. Fogueiras se espalharam ao longo da avenida.
Três outros ministérios foram pichados. A Catedral de Brasília teve vitrais quebrados e a inscrição "666, o número da besta" pichada em inglês.
No final da tarde, quando a manifestação ganhava corpo, a Câmara dos Deputados divulgou uma nota de apoio ao movimento. "Esse movimento da cidadania é legítimo e gera esperanças de um revigoramento republicano".
A nota foi costurada pelo presidente interino da Câmara, André Vargas (PT-PR), e líderes partidários. Mais à noite, o presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de volta da Rússia, passou pelo local e chamou de "minorias" os violentos.