quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Barack Obama dribla crise e é reeleito presidente dos EUA


Mais quatro anos. Após meses de uma apertada corrida eleitoral, Barack Obama, 51, driblou o fantasma da crise econômica e conseguiu se reeleger nesta quarta-feira, segundo as projeções da rede de TV americana CNN e outras emissoras americanas.
Na contagem feita até as 2h desta quarta-feira, Obama havia obtido 274 dos 538 votos do Colégio Eleitoral. São necessários 270 votos no Colégio Eleitoral para ser eleito presidente.
A disputa foi mais apertada do que em 2008. Até as 2h, Obama tinha desvantagem no total de votos populares pelo país, e o republicano Mitt Romney contabilizava 201 votos no
Colégio Eleitoral --mais do que os 173 votos obtidos há quatro anos pelo republicano John McCain, adversário anterior de Obama.
No voto popular, os dois aparecem empatados, com 49%.
Com a vitória, Obama, que é o primeiro presidente negro dos EUA, repete o feito de seus dois antecessores diretos, George W. Bush (2001-2009) e Bill Clinton (1993-2001), e se torna o 20º presidente americano (de 44) e o sétimo democrata a conseguir a reeleição.
A vitória de Obama em 2012 também tem um valor simbólico: no mesmo dia, há 152 anos, era eleito nos EUA Abraham Lincoln (1861-1865), um de seus ídolos.

Comemoração da reeleição de Barack Obama

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Kathy Willens/Associated Press
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Mulheres comemoram reeleição do presidente americano Barack Obama em Nova York
Foi uma disputa apertada. No último mês, Obama e Romney permaneceram virtualmente empatados nas pesquisas de intenção de voto, embora o presidente mantivesse uma leve dianteira, na maioria delas.
Na reta final, Obama conseguiu importantes declarações de apoio, como as do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, ex-republicano, e de Colin Powell, ex-secretário de Estado de Bush.
Também discursou ao lado de Chris Christie, governador de Nova Jersey e estrela em ascensão do partido rival, de quem recebeu elogios sobre a atuação após a passagem da tempestade Sandy, que deixou ao menos 112 mortos nos EUA. A incisiva resposta de Obama à tragédia chegou a garantir uma pequena vantagem ao democrata nas pesquisas de intenção de voto realizadas nos últimos dias de campanha.
O esforço extra democrata para levar os desmotivados às urnas também pode ter sido fundamental para a reeleição.
Nos últimos meses, sua campanha enviou centenas de milhares de voluntários às ruas em todo o país para tentar convencer eleitores com perfil democrata a sair de casa para votar.
Nem mesmo o alto investimento republicano conseguiu tirar Obama da Casa Branca. Até o meio de outubro, a campanha de Romney havia gasto US$ 1 bilhão na disputa, contra US$ 930 milhões de Obama, conforme o Centro por uma Política Responsável. A arrecadação do democrata foi quase dois terços maior que a do rival no mesmo período: US$ 632 milhões contra US$ 389 milhões.

Obama presidente

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Spencer Platt/AFP
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Presidente reeleito dos EUA, Obama chega acompanhado da mulher e das filhas para o discurso da vitória em Chicago, Illinois
HERANÇA
De seu primeiro mandato, Obama carrega uma série de promessas de campanha não cumpridas, como o fechamento da prisão de Guantánamo, em Cuba, e a regularização de imigrantes sem documentos. Também não conseguiu acabar com isenções fiscais para famílias com renda superior a US$ 250 mil por ano e nem estabelecer um cronograma para a redução de emissão de gases do efeito estufa.
No entanto, os principais desafios que Obama herda de seu próprio mandato são a recessão e o deficit --que ultrapassou mais de US$ 1 trilhão em todos os anos de seu governo--, e o desemprego, hoje em 7,8%. Desde Franklin Roosevelt (1933-1945), nenhum presidente foi reeleito com um índice de desemprego maior que 8%.
A gestão de Obama na economia foi um dos pontos mais usados por Romney durante toda a campanha para atacar o democrata.
Empresário bem-sucedido nos negócios, o ex-governador de Massachusetts era considerado, segundo pesquisas, melhor que Obama para gerir a economia do país. Sua fortuna, porém, foi usada para afastá-lo do eleitor de classe média pela campanha democrata, que também levantou dúvidas sobre a contribuição fiscal do adversário republicano.
COMEMORAÇÃO
O centro de convenções McCormick Place, em Chicago, foi palco de uma grande comemoração após o anúncio da vitória de Obama. Ao ritmo de músicas como "Love Don't Come Easy", os partidários mais fiéis do presidente começaram a dançar depois que as emissoras de televisão previram a vitória de Obama.
Espera-se que o presidente, que jantou em sua casa em Chicago com sua família antes de seguir rumo ao hotel Fairmont, faça um pronunciamento no centro de convenções.

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