Marina Silva, candidata à Presidência da República pela Coligação Unidos pelo Brasil, esteve nesta terça-feira (9) em Belo Horizonte e Betim (MG), onde reafirmou a necessidade de que o Banco Central esteja a serviço dos brasileiros, não de grupos de interesse ou de partidos. Com esse objetivo, o Programa de Governo da coligação assegura a independência do BC, para que a instituição possa praticar a política monetária necessária ao combate da inflação.
“A autonomia do Banco Central sempre existiu, mas está corroída agora por conta da contabilidade criativa do governo e do controle artificial da inflação”, afirmou. “Nossa proposta é de continuidade dos instrumentos de política econômica que nos levaram à estabilidade.”
Acompanhada do candidato a vice-presidente, Beto Albuquerque, Marina listou alguns dos objetivos econômicos de seu governo: “Nosso compromisso é recuperar a credibilidade do país, para que tenha investimentos e volte a crescer; nosso compromisso é controlar a inflação, que hoje está descontrolada; nosso compromisso é diminuir os juros, que hoje estão cada vez mais altos”, disse Marina.
As afirmações foram feitas ao ser questionada por um jornalista sobre o programa eleitoral da presidente Dilma Rousseff que foi ao ar na tarde desta terça-feira (9). A campanha petista exibiu, em uma demonstração de desespero, vídeo afirmando que, se eleita, Marina daria aos bancos o poder de decisão sobre a vida dos brasileiros.
Marina condenou “as mentiras, os boatos, as calúnias” da campanha adversária e apresentou fatos e números que demonstram a falácia da argumentação da propaganda de Dilma. “No governo FHC (1995-2002), os bancos tiveram, em valores atualizados, um lucro de R$ 31 bilhões; no governo Lula (2003-2010), foram R$ 199,46 bilhões, que já foram entregues aos bancos”, afirmou. Em três anos de governo Dilma, os lucros dos bancos já atingiram R$ 179,6 bilhões.
A candidata da Coligação Unidos pelo Brasil lembrou ainda da declaração feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 27 de julho deste ano. “Não tem lugar no mundo onde o Santander esteja ganhando mais dinheiro do que no Brasil”, disse o ex-presidente. “Ele [Lula] está sendo pego pelas próprias palavras”, resumiu Marina.
A candidata reforçou na entrevista seus compromissos com a eficiência na gestão pública: “Nossa determinação é usar com competência, eficiência, transparência e honestidade os recursos púbicos”.
Perguntada se poderia sofrer dificuldades de governabilidade em um eventual governo, respondeu que tem uma visão otimista e acredita que o processo de governo se dará em cima de uma agenda programática. “A presidente Dilma hoje tem 400 deputados aliados, mas em cada votação no Congresso é submetida a verdadeiras chantagens e é obrigada a voltar atrás em relação a ministros que já havia demitido”, declarou.
“Dentro da gestão pública, vamos priorizar planos de carreira para as estatais, agências, trabalhando com comitês de buscas, quadros competentes. Respeitamos os partidos, mas é fundamental que eles se permitam renovar pela força da sociedade”, reforçou.
A presidenciável também esclareceu que manterá os recursos do pré-sal para investir em saúde e educação. “Vamos investir o dinheiro dali produzido como está acordado conforme a lei, para que o Brasil possa produzir mais conhecimento, tecnologia, inovação e caminharmos para a economia do século 21″. Marina reiterou seu compromisso com a reforma tributária. “No primeiro mês de governo, vamos mandar uma proposta para ser debatida no Congresso, pautada no princípio da transparência, da simplificação e da justiça tributária”, completou.
Pela manhã, a presidenciável foi à Praça da Estação, ponto histórico de Belo Horizonte e seguiu para ato público em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. Em seu discurso, Marina reforçou suas propostas de educação integral, apoio à saúde e ampliação do Bolsa Família. “Reitero nosso compromisso de investir 10% (da receita bruta da União) na saúde e educação, para que as pessoas sejam acolhidas e tratadas com dignidade”.
A presidenciável também lembrou que, embora venha sofrendo críticas de seus adversários políticos, sua candidatura foi a única, até o momento, a apresentar um programa de governo completo, com propostas concretas que atendem às necessidades da população.
Candidato a vice, Beto Albuquerque também reiterou a disposição da Coligação em ouvir a voz da população, e criticou a falta de diálogo no atual governo. “O atual governo não vê a vida real do brasileiro, com o desequilíbrio das contas públicas, a volta da inflação e coloca em dúvida os avanços que já conquistamos”, afirmou Beto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário