Brizola Neto (à esq.), convidado para assumir o Ministério do Trabalho, ao lado do ex-ministro Carlos Lupi |
A pasta era comandada interinamente por Paulo Roberto Santos Pinto desde dezembro do ano passado, quando o ex-ministro Carlos Lupi deixou o cargo em meio a denúncias de irregularidades.
O convite a Brizola Neto foi feito pessoalmente hoje pela presidente Dilma Rousseff. O deputado e a presidente se reuniram por mais de meia hora.
Ele foi recebido no Planalto logo após reunião da presidente com o próprio Lupi, que é presidente do PDT, e o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência).
Apesar de contar com apoio das centrais sindicais, a indicação de Brizola Neto para o cargo ainda enfrentava resistências internas. Questionado sobre a escolha do colega, o líder do PDT na Câmara, Andre Figueiredo (CE), evitou comentar. "É uma escolha pessoal da presidente."
Além de Brizola Neto, o PDT apresentou os nomes do deputado Vieira da Cunha (PDT-RS) e do secretário-geral do partido, Manoel Dias. O partido controla o ministério desde o governo Luiz Inácio Lula da Silva.
NOTA
Em nota, a presidente disse que Brizola Neto "prestará grande contribuição ao país" e destacou sua trajetória política como ex-secretário de Trabalho e Renda do Rio de Janeiro, ex-vereador e deputado federal.
Dilma ainda agradeceu o ministro interino. "A presidenta agradeceu a importante colaboração do ex-ministro Carlos Lupi, que esteve à frente do Ministério no primeiro ano de seu governo, e do ministro interino Paulo Roberto dos Santos Pinto na consolidação das conquistas obtidas pelos trabalhadores brasileiros nos últimos anos", diz a nota.
Apesar da resistência de parte da bancada do PDT, o deputado, de 33 anos, conquistou nos últimos meses o aval da Força Sindical e da CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Brizola Neto assumirá o posto de ministro mais novo da Esplanada. Neto de Leonel Brizola, fundador do PDT e ex-governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, o deputado exerce o segundo mandato na Câmara dos Deputados.
Chegou a liderar o PDT em 2009 e teve uma atuação sempre fiel ao governo. Em 2011, se licenciou da Câmara para exercer o cargo de secretário de Trabalho e Renda do Rio de Janeiro.
Em seu site, ele destaca a ligação com o avô. "O nome que carrego é uma bandeira. É um símbolo para milhões de pessoas que sonham com um Brasil diferente, com um Brasil com justiça, com trabalho,com progresso para nosso povo."
1º DE MAIO
A escolha ocorre um dia antes das comemorações do Dia do Trabalho, nesta terça-feira (1º), e após Dilma se encontrar com Lula na semana passada em Brasília.
A presidente não deve participar das comemorações do Primeiro de Maio em São Paulo, onde as centrais sindicais realizam grandes eventos. Enviará Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) em seu lugar e fará pronunciamento em rede nacional de rádio e TV.